terça-feira, 15 de junho de 2010

Copa do Mundo, alienação, ácaros, sebo e feminismo


Finalmente chegou a hora do Brasil estrear na Copa do Mundo. Desde ontem empreendi todos os esforços necessários a obtenção do sucesso almejado. Em primeiríssimo lugar, retirei do sagrado cantinho da gaveta a cueca usada na final de 2002 e a estendi ao sol para energizá-la e para aquecer os pobres ácaros que ocuparam aquele latifúndio improdutivo por tanto tempo. Evidentemente todos sabem que amuletos não devem ser lavados quando o êxito é alcançado, pois a sorte vai embora com o chacoalhar da máquina de lavar, isto é fato - largamente comprovado pela cientologia cruiseana -, o que justifica todas as precauções. Na falta de sol, serve o microondas. O importante é não brincar com coisas sérias. Por outro lado, passei no açougue e comprei um pedacinho de sebo para ensebar as chuteiras, cumprindo um ritual familiar religiosamente desempenhado desde a Copa de 1938. Foi meu bisavô Ladislau Carlet que iniciou o processo. Obviamente que esses artifícios extracampo levam tempo para que deem certo, o que efetivamente começou a acontecer em 1958. Na verdade até poderia ter surtido efeito antes, não fosse meu avô Jorge Ladislau Carlet – o rebelde – ter rompido a corrente em 1950. Como é de domínio público, perdemos para o Uruguai em pleno Maracanã e o pobre goleiro Barbosa é que levou a culpa. Jamais perdoei meu avô por isso. Minha vozinha até tentou alertá-lo, mas naquele tempo as mulheres desempenhavam as funções de controle-remoto. A saber: dar a nós homens a sensação de poder. Como o tal objeto não existia, nossos antepassados utilizavam as mulheres. E aqui abro um parêntese: algumas feministas tais como Emmeline Punkhurst, Camile Paglia e Betty Freedam sempre foram tidas como expoentes e emuladoras da libertação feminina. Não foram. Foi a invenção do controle-remoto que recolocou a paridade nas relações, ou seja, as mulheres mandando e nós, bobões, com o controle-remoto na mão e achando que temos a primazia nas decisões. Simples assim; sem firulas. De qualquer forma, há um boato de que o maravilhoso artefato tenha sido inventado por uma francesa chamada Cécil Télécommande. Ainda estou em fase de comprovação da hipótese. Brevemente espero fazer justiça histórica a essa grande mulher. Avisarei quando for oportuno. Fecho parêntese.
A terceira e quarta mandingas são de foro íntimo. Prefiro não revelar pois envolvem práticas não muito ortodoxas.
Mas voltando à Copa propriamente dita, acho que começamos mal. Porquê diabos a bolinha da Coréia do Norte não só acomodou-se no grupo do Brasil como também definiu nosso jogo de estréia? Mau sinal. Logo a daqueles comunistas comedores de criancinhas! A propósito, fontes seguras me revelaram que eles comem apenas 77,8% dos meninos. As menininhas e os 22,2% dos meninos que restam são poupados para procriação. Isto explica como os países comunistas conseguem ter um crescimento vegetativo positivo, dúvida esta que me acompanhou por longos anos. Mas e as ogivas? Quanto a isso não precisamos nos preocupar; os testes com foguetes lança-mísseis não tem dado lá muito certos. Outro dia tentaram acertar a Coréia do Sul: posicionaram o lança-mísseis ao lado do muro que os separa da Coréia do Sul, encostaram os fios positivo e negativo para ignição e...e...acabaram com um casamento que se realizava no Equador. Com seus atacantes não deve ser diferente. De qualquer forma não custa usar a mesma cueca e ensebar as chuteiras.
Para finalizar - antes que o jogo comece – não posso deixar de tratar de um assunto irrelevante: afinal a Copa do Mundo é ou não alienante? Ora bolas (as leves e flutuantes da Adidas), ninguém é alienado temporário. Ou se é alienado em tempo integral ou não se é. Quando muito a Copa presta-se a uma manobra diversionista ardilosamente levada a cabo por aqueles radicais desalmados e comedores de criancinhas (na mesma proporção dos norte-coreanos) do PT. Ou talvez pelos do PSDB. Neste caso substitua-se comedores de criancinhas por aves narigudas que adoram aninhar-se sobre muros só para flertar com rapazes do DEMo. Ah, mas tem a Marina. Simples: substitua-se o Zé pelo Zequinha Sarney e o batom por raspas de beterraba.
Mas para ninguém torcer o nariz mesmo, vou contemplar todas as possibilidades eleitorais. Então vá lá, pode também ter sido planejada pelo candidatíssimo Eymael. Neste caso substitua todos os adjetivos por nenhum outro; não vai fazer diferença mesmo.
Então é isso. Boa Copa a todos os que não tiverem sono atrasado. Se for o caso, rezem antes de nanar para que o Brasil não faça gol, pois yes, we have vuvuzelas!

4 comentários:

  1. Jorge, vi um de seus quadros numa comunidade no orkut e fiquei impressionada. Passei no seu perfil e finalmente aqui no blog pra conferir mais. Então quero dizer q seu trabalho é realmente maravilhoso, mexeu mto comigo, me causou emoções indizíveis (eu q sou leiga em artes plásticas). Muito sucesso pra vc.

    E sobre o texto, tbm gostei muito do seu humor mergulhado em tanta informação. Muito legal.

    Abraço.

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  2. Oi amigo !
    Nossa...a gente começa a ler seus artigos e não para mais
    rsrs uma coisa leva a outra e assim vai....
    acho que vc funciona do mesmo jeito nas criações de suas telas
    e assim no leva a uma grande viagem.
    Cara, qta informação !
    Agora nos poupe de detalhes sórdidos rsrs cueca de 200 anos, ninguém merece, as traças já fizeram a festa.

    Bjs

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