segunda-feira, 7 de março de 2011

Heroína.

Não busco em tuas dilatadas pupilas respostas que não podes me dar, heroína.
Tampouco as artérias tão azuis conseguem indicar por onde andas nestas horas em que flerto com os abismos que indicas, heroína, sem medo do que pode ou poderia ser ou talvez nem fosse o caso. De qualquer sorte, nesses pequenos espaços onde deixas a porta entreaberta, espero poder vê-la intacta quando exaurirem teus encantos, a não ser que optes por enfeitar teus lençóis com pétalas de sangue. Mas se pudesse dizer-te algo, heroína, diria que estas pétalas são tão efêmeras quanto golfadas de vento de ontem, que simplesmente deixam de existir pois o tempo se encarrega de escondê-las transformando o que eram em nada. E nada de nada vale a pena, heroína, sabes muito bem disso. Ou deveria. A questão é que muitas vezes o insucesso é a vitória que o momento nos impede ver em sua plenitude o que, curiosamente, só a derrota nos permite saboreá-la.
Mas quão difícil é ultrapassar a luz que parece só produzir sombras quando as cores esperadas estão escondidas por ti, heroína. Heroína de tantos e falsos encantos como fake de Veríssimo ou de tantos outros.

4 comentários:

  1. "A questão é que muitas vezes o insucesso é a vitória que o momento nos impede ver em sua plenitude o que, curiosamente, só a derrota nos permite saboreá-la."
    Gostei tanto que vou postar no status do meu orkut.Valeu a pena esses quase dois anos de blog e poder conhecer pessoas como vc,Morceguinho.
    No seu rastro sempre!Obrigada pelo apoio no blog.Vc não pode imaginar o quanto teu comentario em Mudanças e de outros amigos foram importantes para mim nesse momento.
    Um Feliz 2011 pra vc,e espero que estejamos juntos.

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  2. Quanta asneira. Vai arrumar um emprego.

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