"Primeiro o dever, depois o prazer". A mãe sempre disse isso.
Mas que coisa, o dever opõe-se ao prazer. Será ? Vejamos.
O prazer passeia à vontade. Dobra a esquina quando quiser. Não tem itinerário pré-determinado. Apenas vai, como a mão que mergulha no pacote de bolachas sortidas sem escolher qual pegar. E se quiser, nem pega. Nossa, prazer e pacote de bolachas. Tá ruim. Vou tentar de novo.
Imaginemos o beijo na noiva ao altar - precedido da sentença "até que a morte os separe". O padre a vinte centímetros fiscalizando excessos e morrendo de inveja. Tudo sob olhares marejados de famíliares, amigos, nem tão amigos, ex, amigos dos amigos, etc. e tal. E estamos ainda na cerimônia religiosa. Na saída da igreja tem a saraivada de arroz. Alguém já andou de moto na chuva sem camisa ? É o mesmo. Parece milhões de agulhas cravando impiedosamente. Bueno, a cerimônia na igreja passou. Falta a festa. Festa ? É, tem a feeesta. De quem ? Prá quem ? Não sei, mas certamente vai ter o fiasco daquela tia escandalosa, as intermináveis fotos, as congratulações e a valsa. Meu Deus, tem a valsa. Ah, a valsa... Tem valsa em casamento ? Sei lá, mas tem uma música só pros dois. Tem que dançar. E todo mundo fica ali olhando os dois dançando (recomendo um galinho de arruda na orelha, se é que me entendem). Com a luz apagada e um holofote sobre os dois, um milhão de comentários são feitos ao pé do ouvido: ela é muito prá ele; ele é muito prá ela. Hum, ela casou de branco. No meu tempo não era assim...Será que vai durar ? etc.,etc.etc. E cuidado com os primos. Quando menos esperar eles vão te atacar, arrancar a gravata (aliás, prá que essa merda que custou uma fortuna apertando o pescoço) e picotá-la em mil pedaços. Ninguém merece. Calma, ainda não acabou. Lá pelas tantas alguém vai puxar o côro: discurso, discurso, discurso. Na boa, deve dar uma vontade de gritar: "vão a merda, eu quero trepar pô. Me deixem sair, me deixem sair, me deixem sair... Taí o dever. Precisa dizer mais ?
Enfim sós. Eis o prazer. Duas palavrinhas só e tudo fica claro. Tudo...
Mas que coisa, o dever opõe-se ao prazer. Será ? Vejamos.
O prazer passeia à vontade. Dobra a esquina quando quiser. Não tem itinerário pré-determinado. Apenas vai, como a mão que mergulha no pacote de bolachas sortidas sem escolher qual pegar. E se quiser, nem pega. Nossa, prazer e pacote de bolachas. Tá ruim. Vou tentar de novo.
Imaginemos o beijo na noiva ao altar - precedido da sentença "até que a morte os separe". O padre a vinte centímetros fiscalizando excessos e morrendo de inveja. Tudo sob olhares marejados de famíliares, amigos, nem tão amigos, ex, amigos dos amigos, etc. e tal. E estamos ainda na cerimônia religiosa. Na saída da igreja tem a saraivada de arroz. Alguém já andou de moto na chuva sem camisa ? É o mesmo. Parece milhões de agulhas cravando impiedosamente. Bueno, a cerimônia na igreja passou. Falta a festa. Festa ? É, tem a feeesta. De quem ? Prá quem ? Não sei, mas certamente vai ter o fiasco daquela tia escandalosa, as intermináveis fotos, as congratulações e a valsa. Meu Deus, tem a valsa. Ah, a valsa... Tem valsa em casamento ? Sei lá, mas tem uma música só pros dois. Tem que dançar. E todo mundo fica ali olhando os dois dançando (recomendo um galinho de arruda na orelha, se é que me entendem). Com a luz apagada e um holofote sobre os dois, um milhão de comentários são feitos ao pé do ouvido: ela é muito prá ele; ele é muito prá ela. Hum, ela casou de branco. No meu tempo não era assim...Será que vai durar ? etc.,etc.etc. E cuidado com os primos. Quando menos esperar eles vão te atacar, arrancar a gravata (aliás, prá que essa merda que custou uma fortuna apertando o pescoço) e picotá-la em mil pedaços. Ninguém merece. Calma, ainda não acabou. Lá pelas tantas alguém vai puxar o côro: discurso, discurso, discurso. Na boa, deve dar uma vontade de gritar: "vão a merda, eu quero trepar pô. Me deixem sair, me deixem sair, me deixem sair... Taí o dever. Precisa dizer mais ?
Enfim sós. Eis o prazer. Duas palavrinhas só e tudo fica claro. Tudo...
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