Chuva, vidro embaçado, pele úmida, rádio ligado.
Telefone mudo, alma dolorida, rasgada, penitente.
Estupro consentido, sem motivo ou razão aparente.
Ausente presença, ainda assim indulgente.
Sem passado, calado e atrasado.
Sem motivo, vivo.
Sem lembranças, persistente,
alma no milho, castigo.
Outdoors, neons coloridos,
espelhos d'água, rasos.
Asfalto molhado, artérias entupidas,
automóveis parados, irados.
Semáforo no vermelho, vidros cerrados.
Olhar parado e suplicante,
sem brilho, vazio e distante.
Rima desnescessária, destoante.
Amargor de fel intenso
café sem adoçante.
Um calmante a mais, canalha e seco,
inconfesso desejo amortecido,
entorpecido e indecente,
sem partida nem chegada,
encurralado no beco.
Barba mal feita, desamor.
Aqui e agora saudade.
Casa vazia, roupas atiradas,
amarrotadas, suadas e encharcadas.
Água do parto que não houve.
Vazio que já faz idade.
E o peito oco, sufoco.
Surdo lamento anônimo,
dor sem sinônimo.
pagamento sem troco.
Áridas lágrimas, invisíveis e pontiagudas,
sem origem ou endereço
chovem ao sol.
Sem correspondência, solitárias e pesadas
como o fardo de Judas.
E sem que se perceba ou entenda,
tarde demais.
Um seco estampido.
Alguém mais foi esquecido,
sem alarido.
Paulo César Ribeiro Lima: O presidente da Petrobrás e a margem equatorial
amazônica
-
Equívocos e chantagem?
O post Paulo César Ribeiro Lima: O presidente da Petrobrás e a margem
equatorial amazônica apareceu primeiro em Viomundo.
Há 11 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário